quinta-feira, 29 de novembro de 2012

152

O nosso sangue, de nada mais vale. Os traços biológicos são totalmente contingentes. Isso que há entre nós já está para muito além; para além até mesmo da convivência. O culto da razão autônoma, da liberdade de escolha; que sentido isso faz agora? No fundo eu sei que não nos escolhemos. Nossa existência é fruto de uma necessidade; como se a força supra-sensível do acaso tivesse organizado tudo para que nossa dependência fosse a mais perfeita. Pois, considerando nossa humanidade, se fossemos livres para nos escolhermos, nos enganaríamos por uma forma"não-complementar". Aliás, nossas escolhas só nos remetem a isso ultimamente.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

151

Todos os dramas, a aparente dicotomia,as mais diversas pabulagens... Frutos de uma relação intensa, ou apenas o querer de uma mente perturbada?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

150

Nem sempre teremos de volta o que fazemos aos outros. Vamos percebendo aos poucos quão improfícuos, substituíveis, passageiros e patéticos somos. E devemos simplesmente nos contentar com isso, se não quisermos apenas cair no ostracismo.

domingo, 18 de novembro de 2012

149

Realmente são inúteis as regras e os princípios que fingimos acreditar que existem para gerar um sentimento. Me inclino em acreditar que um único é verdadeiramente eficaz, e é exatamente aquele que insistimos em negar. Ridícula e banal. Uma regra que reza: considere todos os princípios e regras da humanidade, os seus em particular; e então negue-os, jogue-os fora. Continuamos planejando, idealizando, mas nossos sentimentos seguem contrários a tudo aquilo que por fim acreditamos!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

148

Sou uma má companhia, eu sei. Não precisa resmungar baixinho ou fingir que não é contigo; ao menos tenha coragem de saber quem é você e orientar-se aos que querem e o que querem! Quase plausível, a constituição disso tudo, julgas pouco e sempre se fode. Não digo para ter medo de mim, apenas fico ansioso pela resolução e conhecer o quociente dessa brincadeira.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

147

Perdi o controle. Sei que se realmente existir inferno, vou estar lá. Apenas não consigo deixar de desejar que o fim esteja próximo ou qualquer mudança (à qual não sei o ponto que estou disposto) para se acontecer. Imediatamente! Nada é mais indignador que pensar nisso, nada é mais vergonhoso do que a situação atual. Os cigarros e as lágrimas não me poupam, e nada será diferente amanhã. Agora preciso de ajuda. E é só no que posso insistir.

146

Somos tão substituíveis. Não importa o que fazemos, qual posição assumimos, as coisas nas quais acreditamos.. Nada disso é relevante quando os sentimentos acabam. Nada disso! Você nunca será especial... ou algo do tipo. Somos apenas pessoas amadas por alguém até não sermos mais. Isso vai se repetindo... Mas dói a cada vez.

145

Hoje não foi um dia bom, e cada atraso me lastimou outro palavrão. Era um mundo fora da razão ao que estava acostumado habitar; era só sujeira. O veneno, que por pouco me esquivei, não errará todas as vezes, nem tão pouco, estarei sóbrio o suficiente para não reagir. É só questão de tempo. Posso esperar, ansioso, o amanhã!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

144

Uma infinidade de espíritos me assombram os olhos. Quase sempre procurava me esconder; hoje tento lhes falar, descobrir o que querem. Cada qual fruto de um constrangimento do qual tentei fugir por tanto tempo, mas não adiantou. Espero que saibam o que estão fazendo. Por quantas vezes passamos horas conversando, mas nada sai: palavras, ilusões, mentiras. É quase como se eu nunca os tivesse visto, como se em meio a tantas coisas a falar, as palavras se recusassem a significar. Parece que estou emitindo sons aleatórios e sem sentido. Como uma orquestra de mortos-vivos, onde uma música sombria e sem melodia tenta seduzir-me, e elevar-me ao profundo e originário principio de minha inspiração. Talvez tenha descoberto suas intenções. Parece que sem eles, não haveria ilusão e nem sentido para nada disso que expusera desde meu esclarecimento. Sem eles, nada haveria, se não somente a conservação de tudo aquilo que fora determinado pelo meio. São eles, o cárcere que me matem livre de ser aquilo que o destino do mundo desenhou pra mim.

domingo, 11 de novembro de 2012

143

Está acabado. Este é o fim. Apenas uma questão de imbecilidades ou qualquer que seja o nome que queira dar a isto. Obtenho créditos, lastimosos, induzindo pouco mais que sorte ou sangue e já não quero expressar o que poderia estar dentro, estar por dentro de outra história mórbida. Queria me despedir e me indignar com o que fora trazido até aqui, sem dar chance de outra resposta, mesmo que sua inquietação fosse tão plausível que tocasse à fundo meus céticos sentimentos. Como se fosse possível ser cético e sentir! Como se houvesse outra chance para habitar o que estávamos a fio contando. Só queria lembrar-me que a ignorância e irresponsabilidade leva a isso; e que mal posso esperar para rir de outra piada. Quero lembrar que minto, e que me faço satisfeito por ver outrem feliz, mesmo não estando. Parei pra ver o que lhe inspira e no meio dos meus ataques de fúria, me restou pouco em lágrimas, já que o tempo havia secado o que me deixaram de presente. Gastei com tudo. Gastei o tempo que me restava e me indignava ver que nada era mais brando, nem as conquistas que me referia era suficiente para parar ou exterminar isso. É o enxerto que abdica o declínio do homem - se ainda posso considerar-me isso - e tal qual a razão faz-se toda minha, como uma presença ostentando uma saída qualquer. Um pulso de emergência na porta com a luz vermelha. Agora é tarde de mais pra voltar, e não posso esquecer de usar os palavrões que ouvi mais cedo, sobre os que ainda tenho posse e/ou desejo xingar enquanto escrevo isso, almoço ou nada faço. Nada diria ser fácil, muito menos que me adaptaria a qualquer coisa, nem mesmo que iria ser fiel a mim. Nem que iria ser sincero; nunca precisei disso. E sem, alguma, última esperança, tropeço entre os destroços do que restou dos meus móveis e suplico mais um dia, pois sei que amanhã não lembrar-me-ei de nada e ignorarei a quem quiser parar o tempo ou me ensinar que nada disso é certo. Apenas vou ter mais pesadelos e alguma medida sórdida do que era frio. Cambio.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

142

O som das palhetadas me penetra os ouvidos em mais uma tentativa falha de fuga dos devaneios da solidão temporária que me assombra mais uma madrugada. O som dos carros; as luzes dos faróis; a forte chuva que já não mais interfere a nossa vontade. Pensei que fossem duradouros, mas chegou o momento de lhes perturbar com mais um amanhecer. Uma fantasiosa esperança, a crença em um tempo que segue a vitória sobre uma estrela caída em nossos pensamentos. O maior dos males dentre as maldições trazidas por Pandora. Julgo ser esta a fuga que todos procuramos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

141

E isso não me faz mal. Pelo contrário: faz-me demasiadamente bem. Sinto-me extraordinariamente... confusa? Ora, a confusão necessária apenas para que eu possa dar sentido às ideias. Confunda-me, pois! Esclareça-me! E o deleite virá a seguir!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

140

Se estaria disposta a abrir mão de tudo, por você? Como dissera há pouco, não há contratos, apenas sentimentos. Ora, o que supera isso? O que seria capaz de quebrar o elo? Ciúmes? Doentio, diria... De maneira alguma! Superaremos juntos, pois, todas essas crises, uma vez que nossa união não resume-se apenas a assinaturas e dramas.

139

E sempre chega o momento do estopim. É hora de amaldiçoar, é hora de socos no estômago. De gritar, chorar, correr... Tentamos fugir, escapar dessa maldita dependência. Tão necessária, mas tão indesejada. Você não é especial, nem nunca será. É apenas um ser improfícuo, repleto de pabulagens brotando de todos os cantos, que rasteja pela Terra tentando desesperadamente fazer algo para eternizar-se, para importar-se. Pois bem: exploda-se!!! Faça-se notável. Tenho apenas uma pergunta: Ganharei algo, se fingir que me importo?

domingo, 4 de novembro de 2012

138

Eu te amo. Lhe disse ontem, digo hoje, penso nisso. Te amaldiçoo, recuso, invado. Te espero para me ouvir, e vens com mil frases; vem com mil dúvidas, vem sendo eu, vem pra deixar-me feliz. Apenas peço pra não esquecer quem somos e até onde propomos-nos a chegar. Ninguém fez promessas, é só sentimento. Ninguém pediu pra ser assim, e és livre para continuar sendo parte de mim.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

137

Estou passando por sérias dificuldades, mas ninguém jamais vê isso. Tenho passado horas pensando em como expressar coisas que nem mais entram em contato comigo. Chego ao ponto de inventar sentimentos, sofrimentos. Você ora pra que jamais mintam pra você. Você se empolga quando ele lhe traz algo novo. Espera que seja tão verdadeiro o quanto sonha; e a cada dia sua decepção é maior. E posso afirmar sem receio, sem temer represálias, que só o faz, que só teme que lhe enganem, pois nunca chegou ao ponto de engar-se a si mesmo. De criar fantasmagorias, insanidades, uma pseudo-realidade. Concorde comigo; é isso, ou enlouquecer.

136

Estava bem, por pouco tempo, e acreditava dominar alguma coisa. Acha que podia dominar meus sentindos e instintos, mas vago idiota, não era capaz. O melhor era se isolar, e esperar que o dia venha. E sem escolhas, fazer-me-ia outra história para contar na noite de terror. Pequenas sensações sem noção, sensação ou emoção; hora de manter-se fora!