quinta-feira, 13 de abril de 2017

227

Depois que você se foi, meu caderno de poesias nunca mais esteve vazio . . .

226

É com o olhar cansado e fora de mim que percebo a ocupação daquela por quem o peito sustenta as dores de uma juventude senil. Sei que depois de uma noite não me notarás; e é melhor que seja assim.

225

Eu a vi mais de uma vez lançar-se ao chão. No piso. No asfalto. Na grama. Eu a vi lançar-se em braços, em pele... em pêlo. Eu a vi de longe, a lançar-se fora do meu alcance, aonde eu jamais iria querer encontrar. Ainda assim a senti lançar-se em mim. Me queimava a pele... o pêlo. Ardia em brasa a mulher que na verdade era líquido. E foi quando a vi escoar por entre maus braços sem que agora eu possa voltar a querer encher de ti novamente o copo. Meu copo, meu corpo... que há de permanecer vazio.

224

Eu vivo buscando sua atenção. Compartilhando olhares e mensagens que só fazem sentido na minha cabeça. Eu vivo lutando contra o desejo de te chamar diretamente e despertar tal entusiasmo que a não muito tempo lhe dedico. ´! foda! E toda vez que repouso o olhar - sempre demoradamente - sob qualquer das tuas atividades diárias me toma o receio de não ser como careces; de não ser como e o que espera. Tomar conta de longe é o pior de todos os vícios.