sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

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Na sala ao lado jaz, fria como a manhã, uma garota morta. Tudo bem, confesso, ela não está realmente morta: ela morreu em mim. Algumas vezes, geralmente ao alvorecer, levanta-se de seu repouso eterno e me atormenta com seus movimentos mórbidos. Frios e mórbidos como the dance of death. A garota de morte, que por tantas vezes me matou aos poucos pra depois me reerguer. Faça o favor a si e a mim de permanecer calada assim: morta. Visto que morro toda vez que te insiste em acordar.