quarta-feira, 7 de setembro de 2016

217

É verdade afinal que é esta a pior época de um homem. Olho ao redor mas sem muita atenção à mudança. O interior do homem busca, como se sabe, na verdade a repetição. Uma espécie de não vida em oposição à linearidade das aventuras humanas. É como querer viver sem estar vivo. Um retorno místico do homem ao útero materno da não-existência moral. Ainda assim regojiza-me trancar os olhos e ver ao fim do traço retilíneo de história humana o rosto sereno que nem mesmo aparenta interesse. Nessa imagem de paz, imaginação ou lembrança que seja, percebo nunca a vi (ou verei) sorrindo.